21 indicações ao Oscar além de outros tantos prêmios recebidos ao longo da carreira. Acredito que seja a atriz mais premiada viva.
Com 68 anos, MERYL STREEP é uma das mais influentes mulheres do mundo e a rainha de Hollywood. Vamos conhecer cada uma das 21 indicações ao Academy Awards:
1979 – INDICADA: Melhor Atriz Coadjuvante por “O FRANCO ATIRADOR”
Três amigos se alistam para servir na Guerra do Vietnã. “O Franco Atirador” é um clássico e um filme angustiante que retrata os efeitos mentais que a guerra pode causar. A mudança do interior e consequências pelo resto da vida. Meryl interpreta a esposa de um dos amigos. Inicialmente sua personagem não possuí tanto espaço, mas da metade em diante ganha força e Streep aproveita cada momento.
1980 – VENCEDORA: Melhor Atriz Coadjuvante por “KRAMER VS. KRAMER”
Primeiro Oscar da carreira, Streep interpreta uma mãe depressiva que escolhe abandonar o marido e o filho. O filme foca no relacionamento do personagem de Dustin Hoffman e a criança, até que Streep retorna clamando pela guarda do menino. A luta do casal vai parar nos tribunais, e Meryl possui um monólogo emocionante neste ato final.
1982 – INDICADA: Melhor Atriz por “A MULHER DO TENENTE FRANCÊS”
É um filme lento que precisa de paciência. Streep, na história do longa, é uma atriz que interpreta uma personagem em um filme onde vive um romance proibido. Fora das filmagens, ela vive também um romance com o seu colega de cena, interpretado por Jeremy Irons. Sua poderosa presença cênica faz das duas personagens de Streep interessantes e distintas.
1983 – VENCEDORA: Melhor Atriz por “A ESCOLHA DE SOFIA”
Streep interpreta uma polonesa que foi prisioneira de um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial e teve que escolher qual dos dois filhos enviar para a morte. Imagina uma mãe ter que passar por tal desafio. Particularmente, não gosto da divisão da história de existir um núcleo no presente e outro durante a guerra. Gostaria que fosse apenas na guerra. Mas, apesar disso, Streep é uma força destruidora em cena, e o momento da escolha de sua personagem… Simplesmente memorável!
1984 – INDICADA: Melhor Atriz por “SILKWOOD”
Uma dona de casa que trabalha como metalúrgica em uma fábrica de peças para uma usina atômica. Após presenciar vários casos de abuso trabalhista e descobrir um segredo da empresa, ela decide denunciar e lutar contra o sistema. Uma história real com uma Streep que empodera mais ainda o longa.
1986 – INDICADA: Melhor Atriz por “ENTRE DOIS AMORES”
Revendo hoje é um filme morno. Poderia ser bem mais curto em duração. No entanto, apesar das ressalvas em relação à obra, é um romance épico que encanta pelas paisagens e a ótima química de Streep com Robert Redford.
1988 – INDICADA: Melhor Atriz por “IRONWEED”
Em um período marcado pela Grande Depressão, Streep interpreta uma ex-cantora que conhece um sujeito esquizofrênico interpretado por Jack Nicholson. Ambos são alcoólatras e tentam se ajudar enquanto precisam encarar os desafios da vida e os fantasmas do passado. Dirigido por Hector Babenco.
1989 – INDICADA: Melhor Atriz por “UM GRITO NO ESCURO”
Um casal adventista está acampando com os filhos quando um cão selvagem leva o seu bebe embora. Aos poucos, as pessoas começam a desconfiar que a versão de ambos está equivocada e alguns começam a dizer que são eles os responsáveis pelo desaparecimento da criança. O caso choca a sociedade e vai se desenvolver na justiça. Uma trama real com duas ótimas atuações, tanto de Streep quanto de Sam Neill.
1991 – INDICADA: Melhor Atriz por “LEMBRANÇAS DE HOLLYWOOD”
Roteiro escrito por Carrie Fisher baseado em seu próprio livro, Streep é uma cantora country alcoólatra e viciada em drogas que volta para a casa da mãe, uma ex-estrela de Hollywood, para buscar ajuda. Streep e Shirley MacLaine estão soberbas.
1996 – INDICADA: Melhor Atriz por “AS PONTES DE MADISON”
Meu romance favorito do cinema, Clint Eastwood dirige e estrela ao lado de Meryl Streep este filme emocionante sobre uma dona de casa que se apaixona por um fotógrafo, mas as circunstâncias de sua vida a fazem refletir sobre qual caminho seguir. Uma obra madura e tocante.
1999 – INDICADA: Melhor Atriz por “UM AMOR VERDADEIRO”
Um filme pensado em cada momento para emocionar o público, e abrir a porta para Meryl Streep dominar a cena interpretando uma mãe que está morrendo de câncer. O marido não é presente pois alega que o trabalho lhe impede, e o que resta é a filha que muda para sua casa.
2000 – INDICADA: Melhor Atriz por “MÚSICA DO CORAÇÃO”
História de uma mãe solteira que cuida do filho trabalhando como professora de música. Sua importância na vida das crianças de um bairro pobre será imensa, e ela usará a música como ferramenta para unir as diferenças. Streep encanta e toca violino! Sublime!
2003 – INDICADA: Melhor Atriz Coadjuvante por “ADAPTAÇÃO”
Streep não é a protagonista, mas vai crescendo com o desenvolver da história neste filmaço dirigido por Spike Jonze e com roteiro de Charlie Kaufman. Um filme surpreendente e angustiante, onde Streep comprova, mais uma vez, porque é Meryl Streep.
2007 – INDICADA: Melhor Atriz por “O DIABO VESTE PRADA”
O que dizer mais da personagem que catapultou Meryl Streep ao estrelato do imaginário popular! Streep já era uma atriz de renome, com dois Oscar, de sucesso e conhecida por trabalhos dramáticos elogiados. Mas nunca havia tido um sucesso comercial mundialmente reconhecido como este “O Diabo Veste Prada”. O filme é uma delícia, Anne Hathaway e o resto do elenco estão ótimos, mas é Meryl quem rouba a cena como a chefe megera da revista de moda onde a protagonista trabalha. Sutil em seu falar, andar e agir, Miranda Priestley nunca precisa gritar para impor respeito ou sugar a atenção do ambiente. Todos a temem. E com o público não é diferente. Outras atrizes poderiam abusar dos trejeitos de raiva, gritos, etc, mas com Meryl é na sutileza que se mostra o poder. E o que é ser uma puta atriz. Fantástico!
2009 – INDICADA: Melhor Atriz por “DÚVIDA”
Uma freira rígida, e diretora de um colégio, que por causa de uma suspeita, acusa, sem provas, um padre de pedofilia. O filme é um exercício magistral de texto e câmera, usando as técnicas de cinema para nos imergir na tensão, e suspeitas, de sua trama. Streep interpreta com voracidade uma personagem que acredita, acima de tudo, em sua palavra, e está disposta a lutar até o fim para alcançar os objetivos. Baseado em uma peça de sucesso, “Dúvida” é sublime.
2010 – INDICADA: Melhor Atriz por “JULIE & JULIA”
Outra encarnação perfeita de Meryl! Ela interpreta a cozinheira Julia Child, que se tornou um hit e referência no mundo da culinária com seus livros de receitas e programas televisivos. Julia era irreverente, animada, e seus trabalhos sempre recebiam muito o agrado do público. Streep esbanja a mesma energia, o mesmo jeito de andar, falar e de se comportar da verdadeira Child. O filme é divertidinho, mas muito aquém do potencial da interpretação maravilhosa de Meryl. Mas vale a pena conferir!
2012 – VENCEDORA: Melhor Atriz por “A DAMA DE FERRO”
Não gosto tanto do filme pois acho que perde a oportunidade de se aprofundar na carreira controversa, mas rica e cheia de momentos chaves da ex-Primeira Ministra da Inglatera, Margareth Thatcher. Mas Meryl Streep segura com tudo o longa. Ela é a alma. O encanto. A força motriz. Do mesmo jeito que Gary Oldman se transformou para interpretar Wisnton Churchill em “O Destino de Uma Nação”, Meryl Streep, aqui, recebe um trabalho de maquiagem primoroso que lhe ajuda a ficar parecida com Thatcher, porém, não é só isso. Streep encarna o jeito de andar, falar, de mexer as mãos, de se comportar idênticos ao da personagem real. Excepcional! Terceiro Oscar da carreira.
2014 – INDICADA: Melhor Atriz por “ÁLBUM DE FAMÍLIA”
Eu amei “Álbum de Família”, justamente, por ser tão real e cru em seu retrato de um encontro familiar. Diferentes pessoas, com pensamentos distintos e discussão na certa. Streep é a matriarca da família e suga toda a atenção da cena quando está presente. Julia Roberts também está ótima, e a composição da trama, a interação do elenco e os problemas discutidos são bastante identificáveis e interessantes de acompanhar. Baseado em uma peça, “Álbum de Família” vale a pena ver.
2015 – INDICADA: Melhor Atriz Coadjuvante por “CAMINHOS DA FLORESTA”
Musical não é para todos. Eu amo. E gostei de “Caminhos da Floresta” por ser uma adaptação fiel – com sutis alterações – da peça da Broadway. A desconstrução dos contos de fadas e uma trama adulta que fala sobre crescer, responsabilidade e família. Claro, por ter sido produzido pela Disney muitos temas mais pesados ficaram amenizados, mas não acho que atrapalha o resultado. O cerne da obra original está ali. E é um musical do saudoso Stephen Sondheim. Meryl interpreta a Bruxa, e é responsável por vários dos melhores momentos – destaque para o rap na primeira vez em que aparece.
2017 – INDICADA: Melhor Atriz por “FLORENCE: QUEM É ESSA MULHER?”
Meryl já cantou em diversas ocasiões no cinema, e sempre fez bem. Tem uma voz afinada que agrada. Mas aqui, em “Florence”, ela interpreta uma socialite que amava ópera e seu sonho era ser cantora. Mas não tinha voz nem talento pra isso. Cantava desafinado parecendo uma hiena. Mas ela se tornou um sucesso do entretenimento, e o marido escondia as críticas negativas e colaborava com o seu mundo de ilusão, onde ela achava estar arrasando no canto. Portanto, Meryl teve que degringolar a voz para cantar de maneira horrenda. E desde a voz, até o estilo da personagem, Meryl arrasa. Baseado em uma história real.
2018 – INDICADA: Melhor Atriz por “THE POST – A GUERRA SECRETA”
Um filme oportuno e necessário para o momento em que vivemos, onde se debate com fervor o espaço da mulher no ambiente de trabalho, a liberdade de imprensa e o respeito com a verdade. Meryl interpreta Katharine Graham, que foi dona do jornal The Washington Post e precisou enfrentar tudo isso. O filme – dirigido por Steven Spielberg e também com Tom Hanks dividindo a cena – mostra o período em que o jornal The Washington Post lutou contra o governo norte-americano para poder publicar documentos oficiais que comprovavam que o governo mentiu sobre a atuação dos EUA durante a Guerra do Vietnã.