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Opinião: Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim (2023)

Entendo que “Five Nights at Freddy’s” se tornou um dos jogos de vídeo game mais populares dos últimos anos. Particularmente, nunca joguei e não conheço absolutamente nada do material original, portanto, meu comentário será de uma pessoa leiga no assunto e que foi assistir ao filme de coração aberto como parte do público geral.

Infelizmente, “Five Nights at Freddy’s” não vale nem o esforço da intenção. Duvido que seja fiel à essência do vídeo game, pois caso seja, é difícil entender como algo tão genérico e sem criatividade ganhou a graça do público. Ao menos como filme, o longa da diretora Emma Tammi é tão clichê e previsível que absolutamente tudo nele soa como um desperdício de boas intenções. São tentativas de susto que nem uma criança de 8 anos arrepia, e nem como uma aventura/terror oitentista o filme engata.

Apostando em uma classificação para 14 anos no Brasil (e nos EUA para 13), o filme claramente aproveita o sucesso do jogo para levar todos os tipos de público para o cinema, e tal estratégia deu super certo já que a produção estreou com impressionantes $80 milhões na América do Norte (onde também foi lançado simultaneamente no serviço de streaming Peacock).

No entanto, a faixa etária tira toda e qualquer diversão gore que o material poderia proporcionar, e ao fim, temos um filme que utiliza mais do mesmo para entregar uma história nada envolvente ou empolgante. Com o passar da projeção o marasmo vai tomando conta com força em uma chatice arrastada e esquecível.

Five Nights at Freddy’s/EUA – 2023

Dirigido por: Emma Tammi

Com: Josh Hutcherson, Elizabeth Lail, Matthew Lillard…

Sinopse: Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim é a primeira adaptação cinematográfica da famosa franquia homônima de jogos lançada em 2014 e criada por Scott Cawthon. Dirigido por Emma Tammi (Terra Assombrada, Fair Chase), a história se passa em um restaurante familiar tipicamente americano chamado Freddy Fazbear’s Pizza, que está atualmente desativado, e acompanha Mike Schmidt (Josh Hutcherson), um jovem que está passando por alguns problemas financeiros. Felizmente, ele vê a resposta para seus problemas ao ser contratado para trabalhar como o vigia noturno da pizzaria. Criado por Henry Emily e William Afton, o lugar costumava ser muito famoso por seus característicos robôs animados, que eram o rosto do local e faziam a festa das crianças durante o dia. Porém, quando o sol se põe e a escuridão da noite chega, um segredo obscuro e mortal é revelado: os bonecos animatrônicos ganham vida, transformando-se em assassinos psicopatas e partindo em uma violenta matança.

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Opinião: Hypnotic – Ameaça Invisível (2023)

As pretensões de “Hypnotic – Ameaça Invisível” são até bacanas, mas no frigir dos ovos temos um filme apressado, que opta mais pela diversão fantástica do que, necessariamente, em desenvolver os conceitos de sua história. No entanto, o longa, confesso, consegue ser minimamente divertido para assistir em um domingo depois do almoço. Não é nada excepcional, ou memorável, mas é uma diversão ligeira que não ofende – mas requer a suspensão de descrença.

Na trama, Ben Affleck interpreta o detetive Danny Rourke que começa a investigar uma série de roubos onde irá descobrir que a sua própria filha, até aqui desaparecida, está conectada ao caso de alguma maneira. E o problema irá envolver um vilão conhecido pelo alto poder de hipnose, o que torna tudo ainda mais imprevisível já que a realidade começa a se misturar com as recriações do cérebro.

Lidar com realidade é um tema bastante comum na ficção científica, e inserido na embalagem de um blockbuster tivemos anos atrás o popular “A Origem” do diretor Christopher Nolan, que lida com o mundo dos sonhos. “Hypnotic” nitidamente se inspira no estilo de produção de Nolan, e também mescla outras inspirações como “Scanners”, por exemplo.

O diretor aqui é Robert Rodriguez, e Robert Rodriguez não é nenhum Christopher Nolan, portanto, “Hypnotic” possui uma trama no fim das contas bem básica onde o tema central é o amor e a família. O roteiro do próprio Rodriguez com Max Borenstein abraça totalmente o conceito fantástico de hipnose, e ambos criam um filme com DNA de obra de super-herói. Algo que resulta em uma produção bem mais simples e carregada de reviravoltas ora surpreendentes, de fato, mas em outros momentos bem forçadas que parecem existir apenas para “surpreender o público”, afinal, em um filme onde qualquer coisa pode ser real ou não, temos inúmeras possibilidades para criar qualquer resolução que irá enganar o expectador. Muitas vezes soa como pura conveniência de roteiro, mas a diversão continua.

Ainda que tenha seus problemas, “Hypnotic – Ameaça Invisível” é um passatempo bacana que não ofende. Não é um filmaço, mas é um desses filmes B de ficção científica onde precisamos abraçar a fantasia e embarcar na montanha russa.

Hypnotic/EUA – 2023

Dirigido por: Robert Rodriguez

Com: Ben Affleck, Alice Braga, JD Pardo, William Fichtner…

Sinopse: Hypnotic – Ameaça Invisível é um filme de ação e suspense dirigido por Robert Rodriguez. No longa, o detetive Danny Rourke (Ben Affleck) se envolve na investigação de um caso complexo envolvendo uma série de roubos em larga escala. No decorrer da investigação, Rourke descobre que sua própria filha – que está desaparecida – pode estar conectada ao caso de alguma forma. E além da pressão para resolver os crimes, o detetive ainda precisa lidar com um misterioso programa do governo que, assim como sua filha, pode ter algo a ver com a conspiração. Além de Affleck, a produção também traz a atriz brasileira Alice Braga no papel de Diana Cruz.

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Opinião: Jeane du Barry (2023)

Jeanne du Barry/FRANÇA – 2023

Dirigido por: Maïwenn

Com: Maïwenn, Johnny Depp, Benjamin Lavernhe…

Sinopse: De alguma forma, ainda com 20 anos, foi acompanhando um de seus amantes, o Marechal de Richelieu, em uma visita à Versailles, que Jeanne foi vista pelo Rei Louis XV, mudando o curso da História.

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Opinião: Assassinos da Lua das Flores (2023)

Baseado no livro homônimo de David Grann mas com uma narrativa que explora com mais afinco a vivência do povo indígena Osage, em uma região que lhe tornaram ricos por causa do petróleo, e claro, despertou o interesse de muita gente branca que se acha dona do mundo, “Assassinos da Lua das Flores” possui todo o estilo vigoroso de Martin Scorsese na direção e entrega uma trama cheia de sentimento e propósito – e é inegável a paixão de Scorsese pelo tema e o projeto.

“Assassinos da Lua das Flores” nos coloca em um mundo de ganância, maldade e imprevisibilidade, onde um povo se vê diante de ameaças, e violência, em prol de interesses relacionados à sua fortuna. O elenco é, sem dúvida, uma das grandes forças da produção. Leonardo DiCaprio encarna Ernest Burkhart, um tipo meio bobo que se deixa ser influenciado pelas ações nefastas de seu tio William Hale (Robert De Niro), um sujeito interessado na fortuna dos Osages mas que se pinta de bom moço e amigo do povo.

Aliás, DiCaprio está ótimo e faz um estilo de personagem bem diferente de sua carreira, mas é De Niro quem rouba a cena como o vilão astuto da história. E outro grande nome do elenco é Lily Gladstone como Mollie, o coração do filme que interpreta a esposa Osage de Ernest, e aquela colocada no centro das ações perigosas dos homens brancos de sua vida. É uma atuação sutil que fala muito através do olhar e pequenos gestos.

Mas “Assassinos” não é um filme perfeito. É um filme pomposo, com atuações magistrais e cheio de coração, mas não precisava ter 3 horas e 30 minutos. Em sua essência, a trama não foge do estilo clássico dos filmes de máfia de Scorsese e a história não deixa de ser previsível em sua execução. 205 minutos de duração é um exercício de vaidade que pesa no resultado – caso fosse 1 hora a menos seria bem mais dinâmico, empolgante e objetivo. O roteiro tira bastante tempo para nos fazer se acostumar com os personagens e conhecer parte da cultura do povo Osage, mas chega à determinado momento em que tudo isso já fica estabelecido e o resto vira pura embromação.

Sem dúvida, “Assassinos da Lua das Flores” é uma jornada épica com muito a se dizer sobre a formação da sociedade norte-americana, e os conflitos constantes entre seus povos. Não foi um filme que me deixou deslumbrado ou magnetizado à cada momento, mas é sem dúvida uma experiência a vivenciar na tela grande.

Killers of the Flower Moon/EUA – 2023

Dirigido por: Martin Scorsese

Com: Leonardo DiCaprio, Robert De Niro, Lily Gladstone…

Sinopse: Assassinos da Lua das Flores, filme do diretor Martin Scorsese, é inspirado no best-seller homônimo do escritor David Grann e também baseado em uma história real. O ano é 1920, na região norte-americana de Oklahoma. Misteriosos assassinatos acontecem na tribo indígena de Osage, uma terra rica em petróleo. O caso foi investigado pelo FBI, a agência que tinha acabado de ser criada na época. Os assassinatos dados a partir de circunstâncias misteriosas na década de 1920, assolando os membros da tribo Osage, acaba desencadeando uma grande investigação envolvendo o poderoso J. Edgar Hoover, considerado o primeiro diretor do FBI.

(Foto: Divulgação)
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Opinião: O Protetor 3 – O Capítulo Final (2023)

Em comparação com franquias de ação recentes como “John Wick” e “Missão: Impossível”, por exemplo, “O Protetor” com Denzel Washington e direção Antoine Fuqua está longe de possuir o mesmo nível de qualidade técnica, e criatividade em suas cenas de ação do que tais exemplos. Este terceiro filme da franquia – que já está em exibição nos cinemas – consolida está afirmação e se mostra uma obra cansada, arrastada e que se sustenta totalmente no imenso talento de seu ator protagonista.

O primeiro longa, “O Protetor”, de 2014, continua sendo o melhor da franquia até hoje. A obra não apenas entrega cenas criativas, e violentas, de ação, com Denzel de fato sendo mostrado em plena forma, como também trabalha o personagem protagonista de tal que maneira que lembra bastante um herói de quadrinhos (a.k.a. Batman). A produção é bastante inspirada pelo formato e o resultado é um filme divertido, competente e envolvente.

Já a continuação lançada em 2018 pouco empolga e agora neste terceiro filme o resultado é ainda mais desinteressante porque o roteiro entrega pouca ação, e quando ela acontece temos um trabalho de câmera que busca mostrar o mínimo possível de Denzel Washington. Com 68 anos de idade e um ator excepcional, em “O Protetor 3” eles procuram criar uma trama bem mais dramática e pessoal para o protagonista, e assim utilizar o imenso talento de seu astro, mas no quesito ação – que é como é vendido o filme – o resultado é o menos empolgante de todos os três longas. A violência ainda é presente, mas Denzel está totalmente apagado. Infelizmente.

The Equalizer 3/EUA – 2023

Dirigido por: Antoine Fuqua

Com: Denzel Washington, Dakota Fanning, David Denman…

Sinopse: O Protetor: Capítulo Final é o terceiro – e último – filme da franquia O Protetor, iniciada em 2014 e inspirada pela série homônima estrelada por Edward Woodward nos anos 80. No terceiro capítulo da saga, desde que desistiu de sua vida como assassino do governo, Robert McCall (Denzel Washington) não consegue descansar o suficiente. Ele quer ajudar as pessoas ao seu redor e tem lutado para reconciliar as coisas horríveis que fez no passado, encontrando um estranho consolo em servir à justiça em nome dos oprimidos. Agora morando no sul da Itália, ele logo descobre que seus novos amigos estão sob o controle dos chefes do crime local. À medida que os eventos se tornam mortais, McCall se torna um protetor ao enfrentar a máfia. Quando alguém é injustiçado, o ex-agente do governo reativa suas habilidades de seu passado brutal e sai como um exército de um homem para realizar a justiça vigilante.

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Opinião: Only Murders in the Building (3ª temporada) – Star+

“Only Murders in the Building” se tornou uma dessas séries deliciosas de assistir que consegue nos engajar com uma trama de mistério de assassinato misturado com bom humor e um elenco sempre em ótima sintonia.

Apostando na ideia clássica de livros como os mistérios de Agatha Christie, o jogo “Detetive” e tantos outros exemplos do gênero, ter uma trama sobre “quem matou?” é por si só um aperitivo irresistível, mas “Only Murders” também entende a importância dos personagens e como nossa conexão com cada um deles é essencial para trabalhar nossas apostas e teorias sobre quem é o verdadeiro culpado.

E mais ainda nesta terceira temporada, temos um time de astros que favorece a ideia de apostar no glamour do elenco para conquistar a atenção do público. Além do trio principal composto pelos excelentes Steve Martin (co-criador do show), Martin Short e Selena Gomez, desta vez Meryl Streep entra na lista de suspeitos pela morte da vítima interpretada por Paul Rudd.

O roteiro trabalha imensamente bem os flashbacks e em separar para cada personagem o seu momento de desenvolvimento. Tudo em “Only Murders” se encaixa com leveza, sagacidade e temperança. A trilha sonora icônica, a direção de arte primorosa em favorecer o clima leve do show, mas sem torná-lo óbvio ou besta, o figurino singular e toda a competência de seu elenco ajudam os roteiristas na criação de uma história que entende o seu gênero e sabe desenvolvê-lo de maneira que o público sempre está conectado. E nesta atual temporada temos uma história onde o tema principal é a maternidade, e o roteiro é habilidoso em colocar as nuances de tal assunto intrínsecos na trama de maneira que favoreça o resultado emocional da narrativa.

E também temos neste terceiro ano uma história que envolve uma produção musical da Broadway, e portanto, uma oportunidade perfeita para utilizar os talentos musicais de Martin, Short, Rudd, e claro, da própria Meryl que ganha tempo de tela para cantar duas vezes (a primeira em um momento singelo e tocante de uma música composta pela dupla de “La La Land” e “O Rei do Show”).

Até quando os realizadores conseguirão manter a bola quicando com tamanha criatividade e inventividade eu não sei, mas ao menos até aqui temos uma série sólida em suas ambições e que entrega com bastante competência aquilo que propõe. E pra variar, a última cena da 3ª temporada já nos coloca ansiosos para o próximo mistério. Já na espera!

Only Murders in the Building/EUA – 3ª temporada

Criador por: John Hoffman e Steve Martin

Total de episódios: 10

Onde assistir: STAR+

Com: Steve Martin, Martin Short, Selena Gomez, Meryl Streep, Paul Rudd…

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Opinião: A Freira 2 (2023)

Vou aproveitar este meu comentário sobre “A Freira 2” para falar um pouco sobre o atual cinema de terror. Quando você já assistiu a vários filmes do gênero torna-se mais do que óbvio, e previsível, os chamados jumpscares, que são aqueles momentos onde algum personagem aparece de repente gritando na sua cara, ou a trilha sonora solta algum tipo de barulho que te assusta. A questão é que a maioria dos filmes atuais apostam na repetição destas ideias e esquecem de trabalhar suas histórias.

Hoje, a maioria dos filmes de terror se utilizam destes sustos rápidos para vender a ideia de um ‘filme assustador’, mas deixam de trabalhar uma história realmente interessante que irá ficar com o público após a subida dos créditos. Filmes de terror assustadores são aqueles que conseguem trabalhar o seu psicológico e colocar uma tensão angustiante por causa de seu bom texto, que unidos ao jumpscare, entrega um resultado muito mais impactante e significativo. Obras clássicas como “O Exorcista” ou “O Iluminado” duram até hoje porque não se contentaram com sustos previsíveis e corriqueiros, mas possuem uma história dramática tensa e instigante que nos coloca em meio ao conflito. Até mesmo obras recentes como “Corrente do Mal”, “Sorria” e “Fale Comigo” conseguiram um resultado bem superior do que a maioria.

Já esta franquia “Invocação do Mal”, que começou com dois filmes competentes lançados em 2013 e 2016, logo se tornou uma mera máquina de fazer dinheiro da Warner Bros. sem nenhum tipo de preocupação em trabalhar uma história interessante. Todos os derivados como os filmes de “Annabelle”, “A Freira”, “A Maldição da Chorona” e até “Invocação do Mal 3” são exemplares bestas que se utilizam das mesmas táticas de sustos clichês, previsíveis e repetitivos.

Neste “A Freira 2” temos outra história que não foge muito da mesma dinâmica do longa antecessor, e que se utiliza da imagem icônica do espírito para repetir o mesmo padrão de sustos com gritos para a câmera, trilha incisiva, etc. É um arroz com feijão que pode agradar pessoas menos exigentes, mas depois de assistir a tantos filmes do gênero, particularmente, este arroz com feijão já não soa tão saboroso assim.

The Nun 2/EUA – 2023

Dirigido por: Michael Chaves

Com: Taissa Formiga, Jonas Bloquet, Bonnie Aarons, Storm Reid…

Sinopse: A Freira 2 é o segundo capítulo da história de A Freira (2018), que faz parte do universo da franquia Invocação do Mal. No primeiro filme, após uma freira cometer suicídio em um convento na Romênia, o Vaticano envia o atormentado Padre Burke (Demián Bichir) e uma noviça, Irmã Irene (Taissa Farmiga), para investigar o ocorrido. Arriscando suas vidas, a fé e até suas almas, os dois descobrem um segredo profano no local, confrontando uma força do mal que assume a forma de uma freira demoníaca e transforma o convento em um campo de batalha espiritual. Agora, na continuação, anos após os acontecimentos do primeiro filme, um padre é assassinado e parece que o mal está se espalhando por toda a região. Novamente acompanhamos a Irmã Irene quando, após pensar ter escapado por pouco de Valak, a entidade demoníaca, ela é forçada a enfrentar o poderoso e macabro inimigo mais uma vez.