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Trolls

A Dreamworks volta aos cinemas com mais um projeto original com potencial para futura franquia, e quem sabe, uma série derivada para a TV ou Netflix. “Trolls” tem os requisitos necessários para alcançar tal objetivo. É uma animação colorida, cheia de humor e musicalidade, e embalada por sucessos da cultura pop recentes e antigos.

A animação musical já inicia sua trama em tom de fábula com o famoso argumento do “Era Uma Vez” e o abrir do livro. Como já foi feito pela Dreamworks nos filmes de Shrek, por exemplo, e que aliás é advindo das clássicas obras de contos de fadas da Disney, um resumo é feito logo no início para situar o expectador dentro daquele universo e na história que será contada a seguir.

Estabelecido o argumento narrativo, o filme não esconde a pluralidade de cores e as pirotecnias visuais para encantar a criançada. Com uma apresentação ao som da clássica música setentista “September” em mixagem com um rap instantes depois, “Trolls” mostra que será um exagero de cores e músicas famosas, e prepara o telespectador para os noventa minutos de filme.

Em relação a história, “Trolls” entra naquele hall preguiçoso da Dreamworks em criar produtos “pasteurizados” para investir essencialmente no visual e em cenas musicais. O roteiro de “Trolls” é previsível, clichê, mas este não é em si o problema. O problema é ser um clichê superficial, bobo, o que lembra aqueles filmes da Barbie ou alguns da Disney feitos diretamente para a televisão, onde se repete a mesma história sem a menor preocupação em executar com sensibilidade, e profundidade, o desenvolvimento dos personagens, vilões e por aí vai.

Tudo em “Trolls” se sustenta em cima das músicas. E muitas são desnecessárias e em nada acrescentam a trama. Estão ali apenas para criar um momento legal por ser uma canção famosa. Mas ainda assim, se não fossem elas, “Trolls” seria um tédio. 

No entanto, apesar de todos estes problemas, a Dreamworks sabe como divertir. E confesso, saí da sessão feliz. Não possui a genialidade de um “Zootopia”, ou a emoção e beleza de um “Kubo e as Cordas Mágicas”. Mas “Trolls” alcança o objetivo de divertir sem exigir demais, sem fazer muita coisa para isso. É esquecível? Sim. Mas ainda bem que temos as músicas. Para o bem ou para o mal, canções como “True Colors”, a já citada “September”, “Get Back Up” e o hit “Can´t Stop This Feeling” são responsáveis por colocar um sorriso em nosso rosto e fazer valer a experiência.

Trolls-EUA

Ano: 2016 – Dirigido por: Mike Mitchell e Walt Dohrn

Elenco de vozes no original: Justin Timberlake, Anna Kendrick, Zooey Deschanel, Gwen Stefani…

Sinopse: Ramo (Justin Timberlake) parte para uma jornada de descobertas e aventuras ao lado de Poppy (Anna Kendrick), líder dos Trolls. Inicialmente inimigos, conforme os desafios são superados eles descobrem que no fundo combinam.