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Opinião: O Exorcista do Papa (2023)

Confesso que gostei de “O Exorcista do Papa” mais do que imaginava. E confesso que só quis ver no cinema por causa única e exclusivamente de Russell Crowe, já que achava que o longa seria um exemplar qualquer de exorcismo.

No entanto, apesar de possuir todos os clichês esperados do gênero, o filme possui alguns momentos que abraça a aventura fantástica e parte para uma luta do bem contra o mal no melhor estilo Indiana Jones misturado com Constantine (o final dentro de um templo escondido no subterrâneo só comprova essa guinada da história). Em minha opinião, tal escolha fez do filme uma prazerosa aventura/suspense/terror ancorada no talento hipnotizante de Crowe, que consegue ser intenso, sutilmente divertido e interessante a cada nova cena.

No filme, Crowe interpreta o padre italiano da vida real Gabriele Amorth, que em 1986 foi nomeado o exorcista oficial do Vaticano e guardou tal título até sua morte em 2016. A história do longa se baseia em arquivos reais do padre, mas claro, são apenas inspirações já que a produção abraça o exagero visual para fins dramáticos e com a intenção de proporcionar uma experiência mais eletrizante, e instigante, para o público.

E se os produtores forem espertos, eles vão saber usar o personagem de Crowe para futuros filmes com o padre buscando templos perdidos carregados de demônios aprisionados, pois como já dito anteriormente, aqui em “O Exorcista do Papa” o roteiro de Michael Petroni, Evan Spiliotopoulos e Alex Esssoe abraça este lado da história mesclada com o místico e embalada com filme de exorcista e uma pitada dos já citados Indiana Jones e Constantine. É uma salada feita com eficiência pelo diretor Julius Avery, e o resultado é um filme deveras divertido e envolvente de assistir. Não reinventa a roda, mas vale cada minuto do entretenimento – e pelo Russell Crowe, claro! Recomendado!

The Pope’s Exorcist/EUA – 2023

Dirigido por: Julius Avery

Com: Russell Crowe, Daniel Zovatto, Alex Ressoe, Franco Nero, Laurel Marsden, Peter DeSouza-Feighoney…

Sinopse: Retrato de uma figura da vida real Padre Gabriele Amorth, um padre que atuou como exorcista-chefe do Vaticano e que realizou mais de 100.000 exorcismos em sua vida. (Ele faleceu em 2016 aos 91 anos.) Amorth escreveu dois livros de memórias – Um Exorcista Conta Sua História e Um Exorcista: Mais Histórias – e detalhou suas experiências lutando contra Satanás e demônios que agarraram as pessoas em seu mal.

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Opinião: Super Mario Bros. – O Filme (2023)

“Super Mario Bros.” é uma junção tanto da potência de uma marca poderosa como a do jogo da Nintendo, como também do poder de entretenimento da Illumination, empresa que desenvolveu animações queridas do público como “Meu Malvado Favorito”, “Minions”, “A Vida Secreta dos Pets”, “Sing” e outras produções com menor grau de sucesso, mas ainda assim rentáveis e apreciadas.

Portanto, este filme animado adaptado do jogo de vídeo game mais popular do planeta possui tanto as qualidades de um produto eficiente para a família como também os defeitos habituais de todos os filmes da Illumination, cujas produções são excepcionais em prender a atenção das crianças com história simples, humor ligeiro e visual frenético que preenche a tela a todo instante, mas que carece de certo respiro emocional para um envolvimento maior com seus respectivos personagens. Tudo é muito rápido e apressado demais a todo momento, o que pode causar certo cansaço aos mais velhos.

Mas para as crianças e, principalmente, para os adultos que cresceram jogando Mário e conhecem bem todo o universo do personagem, “Super Mario Bros.” é um banquete de referências, nostalgia e animação. A trama é mais rasa do que um pires, mas o desenvolvimento torna a experiência envolvente como se estivessemos jogando o jogo. Falta aquele respiro emocional mencionado antes, mas o projeto é sem dúvida uma experiência que faz jus ao material original e proporciona 90 minutos de uma aventura frenética, divertida e ótima para se divertir com a família. E tudo embalado com um visual lindíssimo que recria os cenários do jogo com esmero e cuidado.

Enfim, é uma versão animada e ficcionalizada de um jogo de Super Marios Bros. É fiel, é respeitoso e um entretenimento que vai marcar a infância de muita gente.

Super Mario Bros./EUA – 2023

Dirigido por: Aaron Horvath e Michael Jelenic

Vozes no original de: Chris Pratt, Seth Rogen, Jack Black, Anya Taylor-Joy…

Sinopse: Mario é um encanador junto com seu irmão Luigi. Um dia, eles vão parar no reino dos cogumelos, governado pela Princesa Peach, mas ameaçado pelo rei dos Koopas, que faz de tudo para conseguir reinar em todos os lugares.

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Opinião: Dungeons & Dragons – Honra Entre Rebeldes (2023)

“Dungeons & Dragons – Honra Entre Rebeldes” é a quarta tentativa live-action de transformar em um fillme decente o popular jogo de RPG. Após três filmes pavorosos, eis que os diretores John Francis Daley e Jonathan Goldstein conseguiram o feito de criar uma obra não somente simples em seu objetivo, mas divertida de assistir e envolvente dentro de seu mundo fantástico com suas respectivas regras.

Nunca joguei “Dungeons & Dragons” na minha vida e mal conheço as regras do game. Como um expectador de fora deste universo, este filme estrelado por Chris Pine, Michelle Rodriguez, Sophia Lillis e Justice Smith me fez lembrar bastante das histórias de amigos apaixonados por D&D e as funcionalidades relatadas por eles sobre os personagens, cenários e a magia deste mundo amplo e rico em fantasia. Mesclado a isto, os diretores dosam bem a aventura com o humor e o desenvolvimento de personagens tornando cada um dos protagonistas figuras identificáveis e interessantes para o público.

Depois de tantas tentativas horripilantes que apenas estavam sendo feitas unicamente por interesses mercadológicos, este novo “Dungeons & Dragons” realmente têm pessoas apaixonadas envolvidas e que conhecem o material em mãos. A estrutura não foge do básico de filmes de fantasia, mas o desenvolvimento dela respeita as regras de seu material sem deixar de lado a preocupação em criar uma trama minimamente coesa com personagens que conquistem o público.

Em resumo, “Dungeons & Dragons – Honra Entre Rebeldes” é uma deliciosa aventura com cara de matinê que entrega um mundo tão envolvente que já quero uma continuação pra ontem – além da ótima química de seu elenco. Demorou, mas finalmente conseguiram fazer um filme digno de Dungeons & Dragons.

Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves/EUA – 2023

Dirigido por: John Francis Daley e Jonathan Goldstein

Com: Chris Pine, Michelle Rodriguez, Sophia Lillis, Justice Smith, Hugh Grant, Regé-Jean Page, Daisy Head…

Sinopse: Em um mundo repleto de dragões, elfos, anões, orcs e outras criaturas fantásticas, sobreviver é sempre um grande desafio. Raven Hightower é um humano que se arrisca entre os lugares mais perigosos e misteriosos desse universo, sempre com a ajuda de outros aventureiros que, assim como ele, estão dispostos a combater o mal e a derrotar as mais terríveis criaturas que surgem em seus caminhos. Baseado no jogo Dungeons & Dragons, um Role Playing Game (RPG) criado na década de 70.

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Opinião: O Rei da TV (1ª e 2ª temporada) – Star+

Como em qualquer biografia adaptada para a TV ou cinema sempre teremos liberdades criativas para efeitos dramáticos na história. Isto acontece com todas as adaptações, e como é comum em casos como este, as pessoas retratadas na tela que ainda estão vivas sempre irão reclamar de alguma coisa. Normal. Esta série do Star+ sobre a vida de Silvio Santos não foge à regra, e esperei sair a segunda temporada para fazer uma análise geral do show.

Na primeira temporada de “O Rei da TV” a trama é dividida com Silvio Santos em sua juventude (interpretado por Mariano Mattos) se tornando um camelô e buscando construir o próprio negócio até sua ascensão como apresentador de televisão. A outra linha temporal já mostra Silvio mais velho (José Rubens Crachá) lutando para manter o negócio e revolucionando a TV com seu estilo irreverente de programa – até quando culmina na ambição de se tornar presidente do Brasil.

Daí temos o início da 2ª temporada, com Silvio em primeiro nas pesquisas mas lutando na justiça para conseguir ter a candidatura aprovada há 20 dias da eleição. Ao mesmo tempo, o show também explora os problemas de fraude no banco PanAmericano, um caso extraconjugal de Silvio com uma atriz mexicana, seus problemas no casamento, as crises de identidade do SBT, o sequestro de sua filha Patrícia até quando Silvio foi feito refém em sua própria casa por um dos sequestradores da filha.

História não falta sobre Silvio Santos, e sem dúvida o maior apresentador da televisão brasileira é cercado de muitas polêmicas, como também de bastante paixão, admiração e curiosidade do grande público. E histórias boas são aquelas imperfeitas, aquelas que procuram lidar com temas nada cordilheiros de seus biografados. “O Rei da TV” faz isso, e o faz sem deixar de lado o nítido carinho e respeito pela figura emblemática do profissional ali representado.

Os problemas da série consistem em uma construção narrativa muitas vezes teatral e novelesca, onde os personagens sempre reagem de maneira forçada, ou caricatural demais, com berros e gritos. Este problema se concentra principalmente em Silvio Santos. Não o conheço pessoalmente, mas pelo que já li e ouvi de pessoas sobre ele, Silvio sempre foi uma pessoa sagaz, inteligente, excelente em convencer as pessoas e ótimo na arte da manipulação, mas não um senhor constantemente nervoso que sempre fica gritando com todos porque as coisas não estão saindo como o planejado. E aqui, Silvio sempre apresenta esta reação típica de novela ou teatro, o que infelizmente tira um pouco da naturalidade da obra e soa pouco como o Silvio engenhoso e multifacetado que tanto admiramos.

Mas confesso que apesar disto, e da direção de arte cafona, “O Rei da TV” é uma série que estranhamente me envolveu e me deixou entretido ao longo de 16 episódios (8 em cada temporada). Acompanhar a vida deste mito da televisão de forma tão intimista, e ao mesmo tempo acompanhar os bastidores da televisão brasileira e sua transformação ao longos dos anos, confesso que possui um fascínio hipnotizante.

O elenco em sua maioria é competente, e apesar de José Rubens Crachá mais parecer o Silvio Santos de hoje do que o Silvio dos anos 80 e 90, após alguns episódios este incômodo logo passa e Crachá entrega um personagem humano e fervoroso, e busca fazer isto sem torná-lo uma imitação.

No geral, “O Rei da TV” é uma série envolvente e boa de acompanhar mesmo com todas as suas imperfeições. Caso tenho uma terceira temporada estarei lá para assistir.

O Rei da TV Temporadas 1 e 2/BRASIL – 2022,2023

Total de episódios em cada temporada: 08

Criado por: André Barcinski, Ricardo Grynszpan e Marcus Baldini

Com: José Rubens Crachá, Mariano Mattos, Paulo Nigro, Emilio de Melo, Ary França, Gui Santana, Leona Cavalli…

Sinopse: O Rei da TV acompanha a vida e a carreira do apresentador e empresário Silvio Santos – nome artístico de Senor Abravanel – um dos maiores ícones da televisão brasileira. Aos 87 anos, Silvio Santos é proprietário do Grupo Silvio Santos, que inclui a empresa Liderança Capitalização, administradora da Tele Sena, e o SBT – Sistema Brasileiro de Televisão. A produção acompanha a vida de Sílvio desde sua infância no Rio de Janeiro até sua ascensão e fama como um dos maiores comunicadores do Brasil. Comerciante de rua na juventudade, o apresentador sempre demonstrou talento para se comunicar com o público, engajando e divertindo as pessoas. Ele passou a participar de espetáculos circense e rapidamente chamou atenção.  Logo, Sílvio foi conquistando seu espaço na indústria do entretenimento.