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Opinião: John Wick 4 – Baba Yaga (2023)

Embarcar no mundo de John Wick é aceitar, como em qualquer outro filme de ação, a fantasia daquele universo. No mundo de John Wick as cidades e quase todos as suas locações são carregadas de luzes neon. No mundo de John Wick tiroreios começam no meio de uma multidão e parece que ninguém se importa. No mundo de John Wick, carros e paredes são “amortecedores” para quedas carregadas de impacto, e sem falar na quantidade exorbitante de assassinos profissionais presentes em todos os lugares. Enfim, tudo faz parte da brincadeira e da fantasia desse mundo estrelado por Keanu Reeves, que conseguiu renascer mais uma vez no cinema com um personagem já entranhado no imaginário popular.

O primeiro “John Wick”, de 2014, foi um filme modesto e sem grandes ambições. Mas a qualidade da ação, e a simplicidade em manter o foco em lutas corporais e tiroteios urbanos, fez do longa um sucesso inesperado e abriu as portas para uma franquia que só conseguiu crescer a cada filme – tanto em qualidade técnica, quanto em aproveitar maravilhosamente bem os cenários e elementos cênicos de cada um deles para compor sequências de ação empolgantes, viscerais e memoráveis.

O meu filme favorito continua sendo o terceiro, “John Wick 3: Parabellum”, que possui algumas das sequências de ação mais criativas e empolgantes do cinemão recente (John Wick em uma fuga à cavalo; a luta na biblioteca com um livro; a luta de facas em um corredor; a perseguição com várias motos atacando o protagonista; a invasão no hotel Continental de Nova York, e claro, John Wick e a personagem de Halle Berry com mais dois cachorros em um momento genial de ação).

Mas ainda assim, “John Wick 4: Baba Yaga” entrega um filme altamente requintado visualmente e com o mesmo grau de comprometimento, tensão, empolgação e visceralidade que esperamos de um longa de John Wick – e ainda carregado com um fio condutor emocional que culmina em um final tocante e emocionante. Duvido que irão manter as escolhas apresentadas no desfecho, mas ainda assim, até chegar ali foi uma construção de “público e personagem” magistral, e só mostra como Keanu Reeves – principalmente no papel de John Wick – é querido pela plateia.

Não chamo de um filme perfeito de ação pois acredito que neste daqui as ambições tornaram a duração desnecessariamente longa. O filme possui quase 3 horas, e ainda que entregue uma ação excepcioal, poderia ser mais sucinto e objetivo em alguns momentos, tornando a fluidez da história ainda mais empolgante.

Mas a duração longa é apenas uma ressalva. De modo geral, “John Wick 4: Baba Yaga” é um filmaço do gênero e mantém a qualidade desta franquia que mudou a cara do cinema de ação moderno. O diretor Chad Stahelski coloca a câmera sempre de maneira a valorizar esta “dança” entre os personagens, valorizando toda a mise-en-scène do momento, e a beleza da ação a ser apresentada – às vezes com pouquíssimos cortes. Tudo isso são fatores que colaboram para um filme excelente que entrega o que promete com maestria e muita qualidade. E precisa ser visto no cinema com o melhor som possível, já que aqui o trabalho sonoro é outro personagem fundamental. Enfim, outro filmaço da franquia!

John Wick 4: Baba Yaga/EUA – 2023

Dirigido por: Chad Stahelski

Com: Keanu Reeves, Donnie Yen, Bill Skarsgård, Ian McShane, Laurence Fishburne, Scott Adkins, Hiroyuki Sanada, Lance Reddick…

Sinopse: O assassino profissional retorna às telas para John Wick 4: Baba Yaga. O assassino profissional John Wick (Keanu Reeves) agora virou metade do submundo contra ele com sua vingança, que agora está entrando em sua quarta rodada em Nova York, Berlim, Paris e Osaka. Sua equipe, composta por Bowery King (Laurence Fishburne), o gerente do hotel Winston (Ian McShane) e o concierge Charon (Lance Reddick) do lendário hotel assassino Continental, novamente fazem parte da festa. No entanto, as chances de escapar desta vez parecem quase impossíveis, pois o maior inimigo está surgindo. O implacável chefe do submundo Marquis de Gramont (Bill Skarsgård), que tem alianças inteiras atrás dele, representa a maior e sanguinária ameaça até hoje. Mas seus capangas também são durões, incluindo Shimazu (Hiroyuki Sanada) e Killa (Scott Adkins) localizados. Felizmente, existem velhos aliados como Caine (Donnie Yen) que correm para ajudar Wick. Não há caminho de volta, só um sobrevive.

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Opinião: O Urso do Pó Branco (2023)

Não tinha visto o trailer de “O Urso do Pó Branco” mas quando li a premissa fiquei curioso e na expectativa de um filme minimamente divertido de assistir. Na trama, um urso cheira e come cocaína e fica descontroladamente violento se tornando uma máquina de matar incontrolável. Nada que pareça um clássico ou um filme para mudar nossas vidas, no entanto, tem potencial para algo no mínimo inusitado, divertido e carregado de carnificina.

Dirigido por Elizabeth Banks, “O Urso do Pó Branco” possui mortes e um urso “cheirado” assassino, mas o filme é completamente sem foco e não sabe se deseja ser uma comédia cafona ou um thriller de suspense com um animal assassino.

Nenhuma das intenções é realizada com eficiência. O humor inserido deixa o longa besta e nitidamente ridículo, e o suspense ou ação são pessimamente dirigidos resultando em um desastre visualmente amador e sem nenhuma criatividade. Parece um filme gravado em um parque qualquer de Los Angeles, e os efeitos visuais também não ajudam.

Perdido em suas intenções e sem conseguir ser minimamente bom em nenhuma delas, “O Urso do Pó Branco” até poderia ser uma galhofa visceral e divertida com bastante tensão, ação e suspense, mas o que temos aqui é um filme visualmente pobre, com uma história má escrita e uma direção que não sabe aproveitar nada do que possui em mãos. Infelizmente.

Cocaine Bear/EUA – 2023

Dirigido por: Elizabeth Banks

Com: Keri Russell, Alden Ehrenreich, Ray Liotta, Margo Martindale…

Sinopse: Inspirado em uma história real que aconteceu no Kentucky, em 1985, o filme narra os eventos que levaram um urso à morte após consumir 40 quilos de cocaína pura.