Posted in netflix

Opinião: O Método Kominsky – 3ª temporada | Netflix

“O Método Kominsky” acompanha Sandy Kominsky (Michael Douglas), um ator não tão bem sucedido na indústria, mas que conseguiu uma boa vida com trabalhos modestos e como instrutor de atuação em sua escola para atores. Nas duas primeiras temporadas, o seriado segue Sandy com seu melhor amigo, e agente, Norman (Alan Arkin), em problemas familiares e pessoais que exploram a vida na terceira idade. Já nesta terceira, Sandy está sem o amigo, mas vai lidar com a filha, noiva de um homem bem mais velho, e com a ex-esposa (Kathleen Turner) que retorna para ajudar nos preparativos do casamento.

Criado por Chuck Lorre, o mesmo responsável por “Two and a Half Man” e “The Big Bang Theory”, “O Método Kominsky” foi a primeira parceria de Lorre com a Netflix e deve-se muito de sua qualidade ao talento do elenco. Michael Douglas e Alan Arkin são ótimos juntos nas duas primeiras temporadas, e neste terceiro ano, o ator engata uma excelente química com Kathleen Turner.

Mas falta a “O Método Kominsky” trabalhar melhor sua comédia ao criar momentos mais criativos. Existem excelente momentos de uma mescla perfeita entre o humor e o drama, mas no geral, a parte cômica requer melhores situações, melhores piadas.

O saldo geral é um seriado bom de assistir, leve e divertido, que se sustenta totalmente no carisma do elenco. Disponível na Netflix.

The Kominsky Method Third Season – 2021

Criado por: Chuck Lorre

Número de episódios: 06

Com: Michael Douglas, Kathleen Turner, Morgan Freeman…

The Kominsky Method (TV Series 2018–2021) - IMDb

Posted in netflix

Opinião: EncrenCão | Netflix

Na animação “EncrenCão”, acompanhamos Encrenca, um cachorro mimado que termina perdido longe de casa e precisa aprender a viver na cidade grande. Sua dona rica faleceu e os filhos gananciosos estão tentando roubar a fortuna, mas, como estabelecido no testamento, para herdarem o dinheiro eles terão que conviver bem com Encrenca – que está atualmente perdido.

“EncrenCão” não possui uma animação bonita ou detalhista como estamos acostumados a ver de estúdios como Disney, Pixar, Dreamworks e Sony, por exemplo. E possui um daqueles roteiros que abraça a infantilidade e segue por aquele caminho comum sem trabalhar muito bem suas nuances, e personagens.

Mas “EncrenCão” possui seus méritos, e é feito com energia e coração. No saldo geral, pode não ser um filme memorável, ou excepcional, e funciona muito pouco para adultos, mas vai divertir as crianças.

Troumble/EUA – 2021

Dirigido por: Kevin Johnson

Vozes no original: Big Sean, Pamela Adlon, Lucy Hale…

Sinopse: Em EncrenCão, acompanhamos Trouble, um cachorro mimado que precisa aprender a viver no mundo real enquanto tenta escapar dos filhos gananciosos de seu antigo dono.

EncrenCão | Crítica | Filme | Netflix | Apostila de Cinema
Posted in Disney

Opinião: Cruella

Eu sou apaixonado pela interpretação de Glenn Close como a vilã Cruella de Vil em “101 Dálmatas” e “102 Dálmatas”. Close encarnou com genialidade o estilo caricato, estridente e vilanesco da personagem e entrou para a história. Portanto, ao saber que a Disney faria um filme sobre a origem de Cruella, a ideia não me chamou muita atenção. E até quando os primeiros trailers saíram, a estética rock n’ roll e uma abordagem que claramente mistura “O Diabo Veste Prada” e “Coringa” (mas sem a violência para maiores) ressoaram com ceticismo em minha pessoa. Mas como amo estar enganado com um filme.

Sim, “Cruella” busca inspiração em vários outros filmes e a direção de Craig Gillespie é tão efervescente e energética que o resultado é uma obra que solidifica a origem de uma das vilãs mais queridas da Disney, e entrega uma obra que como narrativa fechada, e não parte de uma mitologia maior, funciona extremamente bem. Uma mescla deliciosa de filme de assalto, com drama familiar e a conhecida história da pessoa renegada que dá a volta por cima. E, claro, também temos vingança, capangas e dálmatas, afinal, estamos falando de Cruella de Vil. Tudo isso junto com uma excelente fotografia, figurinos marcantes (Oscar garantido, anotem!) e uma trilha sonora memorável.

A personagem já foi encarnada em outras versões live-action de filmes feitos para a TV e seriados, mas nenhuma conseguiu chegar no patamar icônico de Glenn Close. Então, como versão mais jovem, a tarefa para esta nova versão cinematográfica ficou a cargo de Emma Stone – ganhadora do Oscar de Melhor Atriz pelo belíssimo “La La Land”. Então, devemos comparar? Close ou Stone? As duas! Close encarna a versão já estabelecida, e mais velha da personagem em uma transposição que utiliza toda a caricatura e risadas maléficas essenciais da mesma. Já Stone interpreta a Cruella antes de ser Cruella, e em um filme que humaniza a personagem e explora nuances dramáticas de uma obra que se aprofunda em seu passado e explora a menina, e depois a mulher. Duas versões excelentes a sua maneira (apesar de Close ter lugar cativo desde criança em meu coração).

O meu problema com o filme é o receio do roteiro em vilanizar a personagem quando necessário, afinal, no fim das contas, Cruella de Vil é uma vilã, e conhecida por ser uma pessoa esnobe, egocêntrica, oportunista, interesseira e mal caráter. Apesar da obra acertar ao trazer a ‘vilã Disney’ para um contexto mais humano, e existir uma justificativa pessoal e identificável para sua vingança na trama, faltou um desfecho que tornasse Cruella, de fato, um ser vil. O filme do Coringa faz isso muito bem. Humaniza o personagem, mas não tem receio em apresentá-lo no fim como o vilão que conhecemos. Em “Cruella” existe um receio em abraçar totalmente o lado podre da protagonista.

Outro ponto negativo é a barriga existente no miolo do enredo. “Cruella” se estende um pouco além do necessário e poderia ser mais enxuto.

Mas o resultado final é um filme surpreendente. O elenco de apoio também é formidável e complementa a ótima experiência. A vilã do longa é, na realidade, Emma Thompson como a Baronesa dona da casa de moda mais famosa e conceituada de Londres. A atriz se deleita na personagem e cria uma versão de Miranda Priestly mais irônica e intragável. Mas não menos divertida.

Destaque também para os ótimos Joel Fry e Paul Walter Hauser como os amigos que se tornam os capangas de Cruella. Hauser é a grande surpresa e o responsável por muitos dos momentos mais divertidos do longa.

Disponível nos cinemas e também no Disney+.

Cruella/EUA – 2021

Dirigido por: Craig Gillespie

Com: Emma Stone, Emma Thompson, Mark Strong, Paul Walter Hauser…

Sinopse: Ambientado na Londres dos anos 70 em meio à revolução do punk rock, o filme da Disney mostra a história de uma jovem vigarista chamada Estella (Emma Stone). Inteligente, criativa e determinada a fazer um nome para si através de seus designs, ela acaba chamando a atenção da Baronesa Von Hellman (Emma Thompson), uma lenda fashion que é devastadoramente chique e assustadora. Entretanto, o relacionamento delas desencadeia um curso de eventos e revelações que farão com que Estella abrace seu lado rebelde e se torne a Cruella, uma pessoa má, elegante e voltada para a vingança.

Posted in Terror

Opinião: Rogai Por Nós (The Unholy)

Confesso que as vezes fico sem saber o que falar sobre alguns filmes, principalmente dentro do gênero de terror cuja maioria atualmente soa como uma repetição do anterior. Sempre os mesmos tipos de susto, sempre as mesmas tomadas de câmera, sempre o mesmo padrão de mistério que de alguma forma resulta em descobertas sobrenaturais.

“Rogai Por Nós” até possui uma fotografia muito bem feita, com uso de cores e enquadramentos bem realizados, mas o filme dirigido por Evan Spiliotopoulos e estrelado por Jeffrey Dean Morgan não foge do comum, e ainda demora para engatar um ritmo que faça valer a espera pela entrega.

Na trama, Dean Morgan é um jornalista sem prestígio que vai parar em uma cidadezinha e lá se depara com o caso de uma jovem com problemas auditivos que é curada milagrosamente. Ela começa a falar e diz conversar com a Virgem Maria. Com poderes de cura, tanto a jovem quanto o local passam a atrair a atenção de milhares de pessoas que encontram nela uma razão para resolver seus problemas. Mas, obviamente, nada é o que parece e tudo envolve uma mistério que começou há quase duas décadas atrás, e uma entidade que não é, necessariamente, a Virgem Maria.

“Rogai Por Nós” possui uma premissa que fala de fé, e como muitas pessoas estão suscetíveis a acreditar em autointitulados profetas que mostram ao mundo “poderes de cura” e palavras de consolo (né, Brasil?). A ideia é bacana e tem material não apenas para um terror envolvente, como também para discussões válidas sobre o assunto. Mas o roteiro, também escrito pelo diretor Evan Spiliotopoulos, não sabe esconder os mistérios e tudo fica tão óbvio desde sempre que o filme pouco consegue prender o interesse.

O próprio terror não surte efeito já que aposta em soluções comuns do gênero e já vistas em centenas de outros filmes. Ou seja, “Rogai Por Nós” é um desses exemplares esquecíveis que logo após o término se esvai da memória.

The Unholy/EUA – 2021

Dirigido por: Evan Spiliotopoulos

Com: Jeffrey Dean Morgan, Cricket Brown, William Sadler…

Sinopse: Rogai por Nós conta a história de Alice, uma jovem com deficiência auditiva que, após uma suposta visita da Virgem Maria, é inexplicavelmente capaz de ouvir, falar e curar os enfermos. À medida que a notícia se espalha e pessoas de perto e de longe se reúnem para testemunhar seus milagres, um jornalista decadente (Jeffrey Dean Morgan), que espera reviver sua carreira, visita a pequena cidade da Nova Inglaterra para investigar o fenômeno. Quando eventos terríveis começam a acontecer por toda parte, ele começa a questionar se esses fenômenos são obras da Virgem Maria ou algo muito mais sinistro.

The Unholy Movie Poster (#2 of 2) - IMP Awards
Posted in Drama

Opinião: Aqueles Que Me Desejam a Morte (Those Who Wish Me Dead)

O que tem de previsível em “Aqueles Que Me Desejam a Morte” tem de decisões estúpidas de personagens. É aquele típico filme que se desenvolve em função da burrice, principalmente, de seus vilões. E ser previsão nem seria um problema caso o enredo conseguisse desenvolver a tensão de maneira criativa e eficaz.

Escrito e dirigido por Taylor Sheridan, o diretor e roteirista já conseguiu trabalhar magistralmente com clichês e transformá-los em obras memoráveis omo “Sicario”, “A Qualquer Custo” e “Terra Selvagem”, por exemplo. Já por outro lado Sheridan compartilha créditos com filmes que se entregam a idiotice padronizada e envergonham pelo roteiro preguiçoso como no recente “Sem Remorso”, da Amazon Prime Vídeo, e este “Aqueles Que Me Desejam a Morte”, estrelado por Angelina Jolie.

Na trama, temos três núcleos de personagens que de alguma maneira irão se conectar ao longo da narrativa. Angelina Jolie é uma bombeira atormentada por uma missão que deu errado no ano anterior; Jon Bernthal é um policial com uma esposa grávida e, por fim, Aidan Gillem e Nicholas Hoult são dois assassinos que estão perseguindo um contador e seu filho por ele ter descoberto algo que pode prejudicar a vida de seu chefe poderoso (uma ponta rápida de Tyler Perry). Junto a isso, temos um incêndio que se inicia e coloca a região em risco, e os personagens em uma caçada de gato e rato em meio ao fogo

O roteiro mantém o mistério em torno de qual é esta descoberta tão perigosa para alguns poderosos, e foca em desenvolver a caçada mortal que une cada personagem. Mas como já dito lá no início do texto, os vilões de Gillem e Hoult transmitem zero tensão por serem prejudicados por um enredo pobre que abraça a imbecilidade. Personagens tão ‘espertos’ deveriam ser melhor preparados para lidar com reféns, e não virar as costas para eles sem nem ao menos deixá-los desacordados (não é Nicholas Hoult?).

Mas não apenas decisões bobas de personagens prejudicam o longa, o roteiro pouco consegue trabalhar a claustrofobia dos cenários e emergir a plateia em uma caçada imprevisível e surpreendente. Tudo que acontece em “Aqueles Que Me Desejam a Morte” é previsível e desinteressante, e muito do texto tenta se sustenta no carisma dos atores que fazem o possível para dar estofo ao filme.

Those Who Wish Me Dead/EUA – 2021

Dirigido por: Taylor Sheridan

Com: Angelina Jolie, Nicholas Hoult, Jon Bernthal, Aiden Gillem…

Sinopse: Aqueles que me Desejam a Morte acompanha Connor, um menino de 12 anos que presencia o assassinato de seus pais. Ele, então, precisa escapar dos assassinos que começam a caça-lo e encontra ajuda em Hannah Faber (Angelina Jolie), uma bombeira  traumatizada pelo fracasso de sua última missão. Os dois vão precisar lutar muito para sobreviver.

Aqueles que Me Desejam a Morte: Trailer traz Angelina Jolie contra  assassinos e incêndio - Pipoca Moderna
Posted in Ação

Opinião: Mortal Kombat (2021)

Já joguei algumas vezes “Mortal Kombat”, mas apenas por mera diversão entre amigos. Não conheço a mitologia, não lembro as habilidades dos personagens e muito menos os seus nomes. E também não tenho memória afetiva para com o primeiro longa-metragem adaptado do game lançado em 1995- o revi recentemente e realmente… é necessário muita memória afetiva.

Portanto, fui assistir a este novo “Mortal Kombat” sem expectativas, ou referência ou qualquer ambição de ser um grande filme de fantasia, pelo contrário, queria ver muitas lutas e sangue como foram prometidos pelo trailer. E o que me entregaram? Um não grande filme de fantasia com muitas lutas e sangue.

Não tem muito o que esperar de “Mortal Kombat”. Não estamos falando de um mundo rico em ideias ou ambições como “O Senhor dos Aneis” ou “Harry Potter”, por exemplo. O interesse maior sempre serão as lutas e o visual legal dos personagens. Este novo longa entrega o que propõe e não esconde isso. Possui uma trama boba de fundo, atores ok e um enredo que trabalha em função de justificar o confronto entre os personagens. Para um leigo como eu em tal universo, o resultado foi simplório e gratificante. Há boas cenas de luta e uma violência que por vezes é graficamente empolgante (só o sangue virtual que atrapalha em alguns momentos).

Disponível nos cinemas.

Mortal Kombat/EUA – 2021

Dirigido por: Simon McQuoid

Com: Lewis Tan, Jessica McNamee, Joe Taslim, Hiroyuki Sanada…

Sinopse: Em Mortal Kombat, Shang Tsung, imperador da Exoterra, envia seu melhor guerreiro, Sub-Zero, para assassinar o jovem Cole Young. Temendo pela segurança da família, Cole vai em busca de Sonya Blade seguindo a indicação de Jax, um major das Forças Especiais, que tem a mesma estranha marca de dragão com a qual Cole nasceu. Logo, ele se vê no templo do Lorde Raiden, um Deus Ancião e guardião do Plano Terreno, que abriga todos que possuem a marca. No templo, ele treina com os experientes guerreiros Liu Kang, Kung Lao e Kano, enquanto se prepara para lutar contra os inimigos da Exoterra em uma batalha pelo universo. Será que Cole irá longe o suficiente para desbloquear sua arcana – o imenso poder da sua alma – a tempo de salvar não apenas a família, mas interromper os planos de Shang Tsung de uma vez por todas?

Veja INCRÍVEL novo poster para o reboot de Mortal Kombat
Posted in netflix

Opinião: Army of the Dead – Invasão em Las Vegas (Army of the Dead) | Netflix

De todos filmes da carreira de Zack Snyder, particularmente, não gosto de “Sucker Punch” e não gosto de “Batman vs Superman”, porém, ao menos, estes filmes possuem estilo e visual singulares que proporcionam momentos esteticamente bonitos de assistir. Aliás, Snyder venho da publicidade, começou dirigindo vídeo clipes musicais e sabe muito bem criar cenas bonitas.

Mas não sei o que aconteceu com este “Army of the Dead”, o seu primeiro longa-metragem fora da Warner Bros, e também o primeiro para a Netflix, e que traz uma obra visualmente feia, escura, com cenas de ação genéricas e que não fazem jus ao Snyder de filmes como “Watchmen”, “Homem de Aço” e “300”.

Estava gostando bastante do trabalho de marketing do filme com cartazes e trailers que prometiam um filme de assalto e zumbis galhofa, e divertido, com uma das cidades mais cafonas do mundo (Las Vegas) como pano de fundo. E como todo bom filme de assalto, é necessário ter um grupo de personagens que irá conquistar a atenção do público e colaborar para uma trama instigante. Em “Army of the Dead” todos os personagens são chatos, cansativos e desinteressantes, e a tentativa de criar um drama de pai e filha ali no meio só atrapalha a tensão do momento com cenas de puro dramalhão novelesco. E todos que morrem causam impacto zero.

Mas não me importaria com a trama clichê, e até relevaria a superficialidade dos personagens, caso a aventura e a ação valessem a pena e fossem bem realizadas. Snyder sempre conseguiu filmar ótimas cenas de ação, e em todos os seus trabalhos há momentos únicos, e memoráveis, com sequências extasiantes e visualmente belíssimas. Mas isto não acontece aqui. “Army of the Dead” possui uma fotografia feia (feita pelo próprio Snyder, diga-se), cenas de ação escuras e uma edição clichê e padrão como a outros tantos longas do gênero – algo que não se espera de um filme do diretor. Ser violento e ter muito sangue não é o suficiente se o restante não complementa.

Até o mundo dos zumbis apresentado no longa é um desperdício de boas ideias que poderiam render momentos singulares caso o roteiro não fosse tão apático e engessado.

Gosto bastante da visão cênica, chamada de mise-en-scène, que Zack Snyder possui. Amo “Homem de Aço” e “Watchmen”, por exemplo, e gostei demais de sua versão de “Liga da Justiça”. E o seu primeiro longa-metragem da carreira foi um ótimo filme de zumbis chamado “Madrugada dos Mortos”. Mas em “Army of the Dead” a proposta de criar um filme de assalto com zumbis se perde com uma execução pobre, cansativa e genérica que não lembra em nada o potencial de Snyder. Infelizmente.

Army of the Dead/EUA – 2021

Dirigido por: Zack Snyder

Com: Dave Bautista, Ella Purnell, Ana de la Reguera…

Sinopse: Ambientado em um mundo pós-apocalíptico, Army of the Dead acompanha a história de Scott Ward (Dave Bautista), um desabrigado e ex-herói de guerra que agora vende hambúrgueres nos arredores de Las Vegas. Tudo muda na vida de Scott quando Bly Tanaka (Hiroyuki Sanada), um magnata dos cassinos, oferece uma proposta tentadora: invadir Vegas, que está cheia de zumbis, para roubar 200 milhões de dólares de um cofre antes que a cidade seja bombardeada em 32 horas pelo governo. Motivado pela esperança de que a recompensa possa ajudar na reconciliação com sua filha, Kate (Ella Purnell), ele assume o desafio e monta uma equipe de especialistas para o grande roubo.

Army of the Dead: Zack Snyder divulga poster alternativo do seu filme de  zumbis
Posted in netflix

Opinião: Oxigênio (Oxygène) | Netflix

Já falei em outra ocasião aqui no Telemania o quanto gosto de filmes que se passam praticamente em um único cenário. Isto não apenas exige um esforço maior do roteirista, e atores, em manter a atenção do público, como também exige da direção inventividade para segurar o clima e prender a plateia. “Oxigênio” – já disponível na Netflix – é um desses projetos.

Filme francês dirigido por Alexandre Aja e estrelado por Mélanie Laurent, “Oxigênio” se passa 99% dentro de uma capsula onde inesperadamente esta mulher acorda e se vê presa em uma unidade criogênica. Ela não sabe os motivos, não lembra seu nome e não entende as razões de estar ali. Estas são algumas perguntas que irão conduzir o enredo, ao mesmo tempo em que ela vai buscar algum jeito de abrir a cápsula. O problema? Só há 35% de oxigênio.

Claro que há exageros e possibilidades aumentadas para facilitar a resolução de determinadas situações, mas “Oxigênio” é um exercício eficiente de suspense e tensão que nos coloca imersos em uma situação claustrofóbica, atenuada pelo fato da protagonista, e consequentemente o público, não entender o que está acontecendo. Aja já tinha dirigido um suspense de situação bem divertido chamado “Predadores Assassinos”, com crocodilos e Kaya Scodelario tentando sobreviver enquanto sua casa é acometida por uma enchente.

“Oxigênio” me lembrou bastante um filme chamado “Enterrado Vivo”, que se passa todo dentro de uma caixão com Ryan Reynolds tentando fugir. Aqui o roteiro segue a mesma ideia, mas envolve aspectos mais tecnológicos, e uma resolução que adentra o território da ficção-científica. O resultado é intrigante, e vale pelo empolgante clima e atuação vigorosa de Mélanie Laurent.

Oxygène/FRANÇA, USA – 2021

Dirigido por: Alexandre Aja

Com: Mélanie Laurent, Malik Zidi, Mathieu Amalric…

Sinopse: Em Oxigênio, presa dentro de uma câmara criogênica, uma mulher deve agir com precisão e calma para conseguir escapar. Quanto mais o tempo passa, mais desaparece o oxigênio e mais diminuem suas chances de sair dali com vida.

Oxygen (2021) - IMDb

Posted in netflix

Opinião: Halston (minissérie) | Netflix

Roy Halston Frowick é um desses nomes pouco lembrados pelos leigos (como eu) do mundo fashion, mas que foi uma das pessoas mais importantes para a moda norte-americana. Aos 20 anos ele começou seu negócio de chapéus, mas só quando se mudou para Nova York foi que cresceu no empreendimento. E quando a ex-primeira dama, Jackie Kennedy, apareceu usando um de seus chapéus foi que o nome Halston se tornou célebre.

Mas a moda de chapéus passou, e logo Halston precisou se reinventar. Passou a desenhar roupas femininas e criou linhas outerwear que marcariam a geração do disco, com o uso do chiffon, silhuetas mais sensuais, vestidos fluídos que favoreciam a dança. Anos mais tarde o nome Halston, agora marca poderosa, produziria roupas masculinas, perfumes, luvas, malas, lingeries, etc. Halston não tinha medo de ser comercial, e sua ambição era ver um número cada vez maior de mulheres usando suas roupas.

Esta minissérie lançada pela Netflix tem produção e participação no roteiro de Ryan Murphy. O show possui cinco episódios dirigidos por Daniel Minaham, que já trabalhou com Murphy ao dirigir alguns capítulos das séries “American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace”“Hollywood” e “Ratched”, portanto, ele sabe emular bem as intenções e estilos almejados por Ryan Murphy.

O show é bem filmado e é ancorado por uma atuação excelente de Ewan McGregor, que interpreta Halston. Mas soa burocrático e chapa branca ao transmitir com opacidade os momentos mais problemáticos, e polêmicos da vida do estilista. Assim como tantos outros nomes da moda e do mundo artístico, Halston ficou viciado em cocaína e tinha uma vida pessoal tumultuada, com gastos exorbitantes, bebidas, sexo e drogas. A série fala sobre o assunto, mas de maneira amena e burocrática.

Repito: é Ewan McGregor quem faz de “Halston”, no mínimo, uma minissérie interessante. Nada contra quando um filme, ou seriado, segue a cartilha padrão de como se fazer biografias em Hollywood, e optam por resoluções de roteiro clichês e previsíveis. Mas me incomoda quando almejam diminuir, ou esconder, fatos da vida do biografado que são parte integrada de sua história. “Halston” não é ruim, mas está longe de ser um retrato fiel da vida do renomado estilista. 

Halston-Limited Series/EUA – 2021

Número de episódios: 05

Dirigido por: Daniel Minaham

Com: Ewan McGregor, Rebecca Dayan, David Pittu…

Halston biopic premiers on Netflix - News : medias (#1302421)
Posted in netflix

Opinião: A Mulher na Janela | Netflix

Adaptado do livro homônimo e de grande sucesso escrito por A. J. Finn, particularmente, nunca li o material literário, mas ao ler a sinopse fica claro a grande inspiração de “A Mulher na Janela”: Alfred Hitchcock. Mestre do suspense e um dos diretores mais influentes do cinema até hoje, em 1954 ele lançou um de seus melhores trabalhos intitulado “Janela Indiscreta”, onde um sujeito (James Stewart) quebra a perna, e enquanto esta em repouso em sua casa, começa a observar os vizinhos pela janela. Até que um dia ele escuta alguém gritar e desconfia que um assassinato foi cometido.

Muito dos filmes de suspense atualmente, principalmente longas que se passam quase todo dentro de um único ambiente, são diretamente, ou indiretamente, inspirados por Hitchcock. “A Mulher na Janela” é um desses projetos, e o próprio diretor Joe Wright não receia em assumir isso – já que em um take rápido no início temos uma cena do próprio “Janela Indiscreta”. A paixão da protagonista por filmes antigos também serve para ressaltar a intenção do longa em ser uma fita de suspense old-school, inspirada no estilo clássico hollywoodiano.

Obviamente, “A Mulher na Janela” não é um “Janela Indiscreta” nem Joe Wright é um Hitchcock – apesar de considerá-lo um excelente diretor responsável por filmes ótimos como “Orgulho e Preconceito” e “Desejo e Reparação”. E em minha opinião, acredito que aqui Wright realiza um ótimo trabalho ao nos colocar de maneira imersiva, e convincente, na perspectiva da protagonista. Sua direção é ligeira e eficiente por nunca deixar o ritmo cair no marasmo. O filme é um pastiche nada original de outras tantas obras Hollywoodianas? Sim. Porém, a condução de Wright torna os clichês envolventes, e juntamente com a direção de arte e fotografia, temos um resultado claustrofóbico que colabora para um suspense simples, porém, eficiente em suas ambições.

“A Mulher na Janela” passou por muitas revisões, refilmagens e interferências de estúdio durante sua produção. Sessões testes levaram à mudanças, e tudo isso pode ter comprometido a visão original de Joe Write e da roteirista Tracy Letts. De forma geral, a trama é previsível e muitos elementos hoje em dia já não surpreendem mais – principalmente para quem gosta de assistir filmes do gênero.

Esta previsibilidade do enredo, infelizmente, tira o impacto necessário que uma obra do estilo precisava, principalmente por se tratar de um filme de reviravoltas e surpresas. No entanto, repito: se não fosse a direção de Joe Wright, o trabalho de produção e a atuação de Amy Adams, “A Mulher na Janela” poderia ser muito pior. Não vá esperando ser um clássico ou um Hitchcock, pelo contrário, vá sem grandes pretensões, e ainda que não se surpreenda, aproveite as inventividades da direção que torna o desenvolvimento muito mais atraente.

The Woman in the Window/EUA – 2021

Dirigido por: Joe Wright

Com: Amy Adams, Gary Oldman, Julianne Moore…

Sinopse: Em “A Mulher na Janela”, Anna Fox (Amy Adams) é uma alcoólatra reclusa que passa os dias em seu apartamento em Nova York, assistindo a filmes antigos e observando seus vizinhos. Quando a família Russell se muda para o prédio da frente, ela passa a espionar o que seria a família perfeita, até testemunhar uma cena chocante que muda sua vida.

The Woman in the Window (2021) - Rotten Tomatoes