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Han Solo – Uma História Star Wars

Marca é marca e ela está acima de qualquer ator. Executivos querem fazer seus milhões e irão explorar o que for preciso de seus produtos para isso. “Han Solo – Uma História Star Wars” segue esse pensamento ao apostar em um filme próprio de um dos personagens mais amados da franquia Star Wars, e que foi imortalizado por Harrison Ford desde o primeiro longa em 1977. Portanto, apostar em um filme de um personagem tão importante com outro ator é uma arriscado, e muito ceticismo se formou em torno de toda a produção.

Tal ceticismo só aumentou durante a conturbada produção de “Han Solo”. Inicialmente, Chris Miller e Phil Lord (“Uma Aventura Lego” e “Anjos da Lei”) foram contratados para dirigir. Trabalharam no roteiro, escolheram elenco e filmaram mais da metade do longa. Mas por desavenças criativas (e sabe-se lá os outros motivos que nunca vamos descobrir), eles foram demitidos do cargo pela presidente da Lucas Film, Kathlenn Kennedy, em pleno processo de filmagem. O veterano Ron Howard, ganhador do Oscar por “Uma Mente Brilhante”, foi chamado para assumir o cargo de diretor e remodelou todo o projeto ao reescrever o roteiro e refilmar quase todo o filme. Sem falar nas polêmicas envolvendo o ator Alden Ehrenreich, que interpreta Han Solo e que dizem não estava conseguindo encontrar o tom do personagem, e até professor de atuação entrou na equação. Resumo? Os bastidores não estavam nada favoráveis e a Disney já premeditava o primeiro fracasso da franquia espacial.

As expectativas mudaram um pouco após o lançamento do primeiro trailer. O tom da narrativa  anunciava uma aventura mais simplória, divertida, e sem a carga dramática de um “Os Últimos Jedi”, por exemplo. A recepção foi positiva e Howard conseguia, sutilmente, contornar as polêmicas e criar uma vibe favorável para o filme. Além do jovem Han Solo, Lando Calrissian – interpretado originalmente por Billy Dee Williams –  ganha sua versão mais nova na pele de Donald Glover, e Chewbacca retorna como o fiel amigo do protagonista. O roteiro cria uma trama de assalto com muita fuga e perseguição espacial e apresenta ao público elementos da vida de Solo não conhecidos anteriormente.

O resultado final, felizmente, foi mais positivo do que esperava. Ron Howard segue um caminho seguro, faz uma matinê sem amarras com os demais filmes e trabalha com segurança, e profundidade, o desenvolvimento da história do protagonista. Ainda que seja perceptível as costuras feitas com as refilmagens e mudanças de roteiro. A falta de um vilão forte prejudica o clima de instabilidade no jogo de interesses que cerca o mundo de mercenários de Han. E algumas reviravoltas de roteiro surgem sem nenhum impacto ou emoção como, por exemplo,  a revelação da identidade de determinado personagem que quando tira a máscara em nada nos surpreende.

Em relação ao elenco todos os atores são competentes em seus respectivos papéis. Mas vamos falar de Alden Ehrenreich. Harrison Ford, claro, não daria para retornar ao papel de um Han Solo na juventude, portanto, pegar um ator novo é um caminho óbvio e natural. Alden, confesso, me surpreendeu. Sua atuação como Han em nenhum momento busca imitar ou fazer uma caricatura de Harrison. O ator emula vários dos trejeitos icônicos do astro, mas o faz com naturalidade, e aceita o fardo de que é impossível substituir a importância de Ford para o personagem. Por fim, ele cria um Han Solo digno, respeitoso e carismático.

“Han Solo – Uma História Star Wars” não será um fracasso pois a marca em que se estabelece é poderosa. O filme, em meio a tantos problemas, pode não ser memorável como outros capítulos da franquia, mas é uma aventura envolvente e divertida. Possui um elenco competente e um diretor que apareceu e conseguiu salvar o barco. Vale o ingresso!

Solo-A Star Wars Story-EUA

Ano: 2018 – Dirigido por: Ron Howard

Elenco: Alden Ehrenreich, Emilia Clarke, Woody Harrelson, Paul Bettany…

Sinopse: As aventuras do emblemático mercenário Han Solo (Alden Ehrenreich) e seu fiel escudeiro Chewbacca (Joonas Suotamo) antes dos eventos retratados em Star Wars: Uma Nova Esperança, inclusive encontrando com Lando Calrissian (Donald Glover).

 

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Barry – 1ª temporada

Barry é um ex-fuzileiro que trabalha atualmente como matador de aluguel. Ao receber uma nova missão em Los Angeles, ele se depara com um mundo completamente distinto do seu: o teatro. Em meio aos dilemas e questionamentos pelos quais vêm passando, o teatro aparece como uma saída para a vida cercada de mortes de Barry. Ele não quer mais isso. Mas sonha em uma vida pacata ao lado de uma pessoa que ama, e enxerga nas artes o lugar ideal para alcançar tal sonho. Mas, obviamente, que a vida no crime não o deixará sair tão facilmente, e esta dualidade de mundos, e perspectivas, é um dos temas centrais desta série original da HBO criada, roteirizada e estrelada por Bill Hader.

Vendida como comédia, ela é na verdade um drama com momentos de humor que encontram na tragédia da situação a saída perfeita para o inesperado. Não vá com o pensamento de ser aquele seriado que o fará cair na gargalhada. A comédia é um elemento sutil, mesclado junto com a ótima criação de mundo e desenvolvimento de personagens.

Bill Hader é um ator carismático, mas desde seus tempos no humorístico Saturday Night Live, sempre foi relegado a personagens geralmente tímidos, introspectivos e ocasionalmente desengonçados. Aqui em “Barry” ele assume novamente tais estereótipos mas sob uma ótica toda nova, com maior profundidade e dentro de um panorama que foge da intenção de vitimizar seu personagem, e muito menos em colocá-lo numa posição de indefeso e desentendido. Barry não é nada disso. Possui uma personalidade acanhada, sem muita conversa, mas é um sujeito perspicaz, eficiente quando se trata em matar e que vive conflitos agoniantes de uma vida que anseia em sair, mas que, infelizmente, insiste em arrastá-lo novamente.

Objetiva, envolvente e empolgante, “Barry” é uma estreia original que vale o destaque em meio a tantos novos programas atualmente. Com apenas 8 episódios de 30 minutos cada, o show está mais do que recomendado!   

Barry-First Season/EUA

Ano: 2018

Total de episódios: 08

Elenco: Bill Hader, Stephen Root, Sarah Goldberg, Glenn Fleshler…

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Deadpool 2

O primeiro “Deadpool”, lançado em 2016, foi uma surpresa tão grande – principalmente por causa do histórico do personagem com aquela versão horrenda do filme “X-Men Origens: Wolverine” – que Ryan Reynolds juntamente com o diretor Tim Miller conseguiram pegar todas as características icônicas do personagem e adaptá-las com um nível de criatividade e humor impecáveis. O longa ser para maiores de 18 anos também foi uma aposta arriscada da Fox e outro acerto essencial do filme, que arrecadou surpreendentes US$ 783 milhões mundialmente em bilheteria. Um feito para um filme de super-herói com classificação indicativa para maiores de idade. E uma guinada na carreira de Ryan Reynolds que abraçou definitivamente o estrelato e se redimiu dos pecados anteriores da carreira.

Obviamente que devido ao sucesso do primeiro filme era mais do que certo que uma continuação seria lançada. Desta vez, Tim Miller sai do cargo de diretor – possíveis conflitos de ideias com Reynolds – e quem assume o posto é David Leitch, responsável pelo primeiro filme do John Wick (“De Volta ao Jogo”) e mais recente por “Atômica” com Charlize Theron.

“Deadpool 2” tinha a responsabilidade de vencer as expectativas de um possível melhor filme que o anterior. O que teríamos de novo? Qual seria a novidade do momento? Afinal, continuações em Hollywood são sinônimos de mais, mais e mais. E “Deadpool 2” segue por este caminho e expande com mais personagens, e em escala cênica de ação, o estofo apresentado no longa original, cuja produção teve orçamento de mínimos US$ 58 milhões – a Fox não esperava tanto sucesso. O custo deste segundo gira em torno de US$ 90 milhões (valor ainda baixo para o padrão Hollywoodiano).

Se o valor modesto do primeiro filme forçou os realizadores a buscar maneiras de contar a história com ressalvas para não estourar o custo de produção, seguir este mesmo pensamento na continuação se mostra um erro. Primeiro: se você insiste em manter um baixo orçamento não deve pensar em aumentar o nível de efeitos digitais nas cenas de ação. Um dos grandes problemas deste segundo filme, e que são indesculpáveis, são justamente os péssimos efeitos especiais. Até relevamos no primeiro – afinal, ninguém esperava fazer tanto dinheiro -, mas com o sucesso absurdo do original, ter um cuidado maior na elaboração dos efeitos era mais do que uma obrigação e respeito com o público. E isto, infelizmente, prejudica bastante as cenas de ação. Se David Leitch fez um trabalho competente no primeiro John Wick e “Atômica”, neste “Deadpool 2” o resultado é completamente o oposto.

Outro fragilidade do filme é a construção dramática dos personagens e o desenvolvimento do arco de peças importantes como o garoto Russell (Julian Dennison) e o próprio antagonista Cable. Claro que “Deadpool” não é um filme de drama, mas no primeiro existia uma narrativa centrada no desenvolvimento do protagonista que nos fazia se identificar pela jornada do personagem. Neste daqui, tudo é jogado e diversos personagens são desperdiçados. Josh Brolin tem muito carisma como Cable, mas é relegado a ser meramente uma ferramenta de fan boy e pouca profundidade no roteiro. Como o próprio Wade Wilson/Deadpool brinca com o filme ao afirmar: “Que roteiro preguiçoso!”, justificar o erro ao reconhecê-lo não o torna menos errado. Portanto, como o próprio filme diz, o roteiro é sim bastante preguiçoso!

Mas se tem algo em que “Deadpool 2” acerta com maestria é na comédia. Aliás, sempre foi o DNA do personagem, foi o grande chamariz do primeiro filme e continua sendo o maior interesse deste segundo. É a característica que mais faz do personagem envolvente. Desde a campanha de marketing até o que é apresentado durante a exibição, tudo com relação a comédia funciona. Claro, como toda comédia há piadas que funcionam melhor que as outras. Mas o cerne humorístico deste universo do Deadpool, e toda sua autoconsciência de que aquilo tudo é um filme, são quadrinhos e é mentira, tornam muito mais gratificante a experiência. Do mesmo modo as inúmeras piadas com Hugh Jackman, DC Comics, Marvel, X-Men e, obviamente, o próprio Ryan Reynolds.

“Deadpool 2” está longe de ser ruim. Continua divertidíssimo e uma comédia que funciona muito bem. Pode ser falho quando entra na ação, e na parte mais dramática, mas ao menos no objetivo principal de levar o público ao riso, “Deadpool 2” empolga bastante. É uma comédia ainda mais non sense, auto depreciativa e metalinguística que o primeiro filme. E mesclado com o excelente timing cômico de Ryan Reynolds, o filme é diversão garantida!

Deadpool 2-EUA

Ano: 2018 – Dirigido por: David Leitch

Elenco: Ryan Reynolds, Josh Brolin, Morena Baccarin, Zazie Beetz…

Sinopse: Quando o super soldado Cable (Josh Brolin) chega em uma missão para assassinar o jovem mutante Russel (Julian Dennison), o mercenário Deadpool (Ryan Reynolds) precisa aprender o que é ser herói de verdade para salvá-lo. Para isso, ele recruta seu velho amigo Colossus e forma o novo grupo X-Force, sempre com o apoio do fiél escudeiro Dopinder (Karan Soni).